Mês de combate a Infertilidade: Tratamentos como a fertilização in vitro cresceu 32% no Brasil

Por Guilherme Otávio

Em 02/06/2023

A Organização Mundial de Saúde (OMS) revela ainda que 1 a cada 6 pessoas têm algum problema relacionado à questão da infertilidade

Lorena de Sousa e Thays Cambotta, com as três filhas. (Arquivo Pessoal)
Lorena de Sousa e Thays Cambotta, com as três filhas. (Arquivo Pessoal)

Dados divulgados no segundo semestre de 2022 pelo SisEmbrio – Relatório de Produção de Embriões, apontam que o número de ciclos de fertilização in vitro para reprodução assistida no Brasil cresceu 32,72% em um período de um ano. O relatório registra que os números passaram de 34. 623 em 2020 para 45.952 ciclos em 2021. Já a Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou recentemente que 1 a cada 6 pessoas têm algum problema relacionado à questão da infertilidade.

E da busca pelos direitos e constituição familiar, é cada vez maior a quantidade de casais homoafetivos que têm buscado alternativas de procedimentos em clínicas de fertilidade para realização do sonho de ter filhos. É o caso da nutricionista Lorena de Sousa, 40 anos, e da enfermeira Thays Cambotta, 36 anos, com quem tem três filhas, frutos da medicina reprodutiva.

Juntas há 15 anos, o desejo em aumentar a família veio após três anos de relacionamento. Naturais de Goiânia (GO), começaram a pesquisar sobre opções de tratamento e clínicas que oferecem tais serviços na capital. “Fizemos cinco ciclos de inseminação artificial na primeira clínica que achamos em um período de dois anos. Por fim, depois de uma pausa, resolvemos mudar de médico e tratamento e logo no primeiro ciclo da FIV, tivemos nossa primeira filha, Heloísa, que hoje está com 9 anos e fui eu que gestei. Depois tivemos as gêmeas, gestadas pela Thays, e que hoje estão com um ano e dois meses”, conta Lorena.

Ela menciona que a princípio o que choca e o que faz algumas pessoas julgarem é a utilização de um banco de sêmen e, consequentemente, a ausência da figura paterna. Somado a isso, segundo o casal, vieram os pré-conceitos, tais como “criança precisa de pai em casa”, “essa criança não vai prestar” e dúvidas de como irão fazer quando os filhos questionarem.

No nascimento da primeira filha Heloísa, elas contam que haviam confusões e frases do tipo “Quem é a mãe de verdade?”, “Ah, mas o sangue é mais importante?” ou ainda “Quem gera o filho é a mãe”, e que com o tempo as pessoas foram compreendendo mais o formato da família. “Vivemos várias fases na nossa família, mas sempre tivemos muito respeito independente do que idealizavam ou planejavam para a gente. Quando decidimos ter filhos, tivemos apoio”, conta Lorena.

Em contrapartida, na percepção do casal ainda existe uma confusão de uma maneira geral em nominar quem seria a mãe: “Isso não aconteceu pelos profissionais que passaram por nós, mas temos a percepção de que, de um modo geral, alguns profissionais acabam não envolvendo a mãe não gestante no processo porque não a enxergam como mãe também”, menciona a nutricionista.

Dr Vinícius de Oliveira - Crédito João Valentino
Vinícius de Oliveira, médico especialista em reprodução humana – Clínica Humana Medicina Reprodutiva. (Crédito: João Valetino).

Segundo o médico Vinícius de Oliveira, da Clínica Humana Medicina Reprodutiva, responsável pelos procedimentos realizados por Lorena e Thays há 10 anos, houve um aumento na procura por esses serviços especialmente após a atualização dos critérios do Conselho Federação de Medicina (CFM) em julho de 2021, que ampliou as possibilidades para casais do mesmo sexo.

Porém, o especialista aponta que a reprodução assistida para casais homoafetivos ainda enfrentam alguns desafios. “Há uma falta de regulamentação específica, a escassez de doadores de gametas e a objeção de consciência por parte de alguns médicos”, diz. Contudo, o médico pontua que há também avanços nas normativas do CFM, que reconhecem o direito à parentalidade de todos os indivíduos e casais, independente da orientação sexual.

“Os direitos que temos adquirido ao longo dos anos e uma mudança positiva de pensamento na sociedade tem motivado mais casais como nós a buscar formas de realizar o sonho de serem pais, aumentar a família sem que seja por meio da adoção. Estamos felizes de poder gerar nossas filhas e saber que nosso sonho foi realizado”, frisa Thays.

Saiba mais: Tratamentos em casais homoafetivos
De acordo com o médico especialista em reprodução humana, Vinícius de Oliveira, para casais homoafetivos masculinos, a principal técnica é a fertilização in vitro (FIV), que consiste em fecundar um óvulo doado por uma mulher anônima com o espermatozóide de um dos pais e transferir o embrião para o útero de outra mulher voluntária, que não pode ser a mesma que doou o óvulo. Essa prática é chamada de barriga solidária ou útero de substituição e não envolve nenhuma remuneração financeira. O CFM também permite que o óvulo seja doado por uma parente de até quarto grau de um dos homens, se assim desejarem.

Já para casais homoafetivos femininos, ele explica que existem duas técnicas possíveis: a inseminação artificial e a fertilização in vitro. Na inseminação artificial, uma das mulheres recebe o sêmen de um doador anônimo em seu útero durante o período fértil. Na fertilização in vitro, uma das mulheres doa seus óvulos para serem fecundados em laboratório com o sêmen doado e os embriões são transferidos para o útero da outra mulher. Essa técnica é conhecida como gestação compartilhada e permite que ambas participem do processo.

A Clínica Humana Medicina Reprodutiva está há 30 anos no mercado, com diversos tratamentos e assistência completa para quem deseja ter filhos ou preservar a fertilidade. Recentemente chegou à clínica o EmbryoScope +, uma incubadora que usa Inteligência Artificial a fim de classificar e selecionar os melhores embriões para implantação. O aparelho também monitora o desenvolvimento do embrionário, fornece imagens do embrião em tempo real e reduz o estresse deles em meio ao cultivo. Além disso, melhora os níveis de controle de temperatura e estabilidade de gases.

Serviço:

Clínica Humana Medicina Reprodutiva

Endereço: Rua 1129, nº 751, setor Marista, Goiânia. 

@humanamedicinareprodutiva 

Fonte: Targ Comunicação